sexta-feira, março 12

ANTES QUE SEJA TARDE

Amigo,

tu que choras uma angústia qualquer

e falas de coisas mansas como o luar

e paradas

como as águas de um lago adormecido,

acorda!

Deixa de vez

as margens do regato solitário

onde te miras

como se fosses a tua namorada.

Abandona o jardim sem flores

desse país inventado

onde tu és o único habitante.

Deixa os desejos sem rumo

de barco ao deus-dará

e esse ar de renúncia

às coisas do mundo.

Acorda, amigo,

liberta-te dessa paz podre de milagre

que existe

apenas na tua imaginação.

Abre os olhos e olha,

abre os braços e luta!

Amigo,

antes da morte vir

nasce de vez para a vida.
Manuel da Fonseca, in "Poemas Dispersos"

6 comentários:

Camolas disse...

O relógio do blog está adiantado uma hora.É de propósito?

XICA disse...

Txiii mãe santissima o q´este môço s´havia de lembrara. Nã Camolas nã éi de prepósito, é mesmo azelhice de Xica, que nã sabe acertar isto nem me lembro mais como é que o pranti aqui. E olha despois de várias tentativas acabi mesquecendo do alimal, juguiu lá pra báxo e dêxiu fiquer queto. Belo môço este, munto atento sim senhor, mas pá ôtra vez cande aqui vires entretente com ôtra coisita, e nã ponhas muntos defêtos, nã apertes munto com ela senã ela xpojassi.

Camolas disse...

Moça bem disposta!!!!!

Geraldo Brito (Dado) disse...

Lindo texto e a imagem simples, mas cheio de significados.

Susete Evaristo disse...

Tamei na valapena mudaris senão no final do mês é quondo mudáhora.
Mas queí fêto de ti que na ma respondes os mes máilis?
E agora foi sorti não sei o caconteci que nã tenho conseguido dexar rasto da ninha passage.
Beijinhos

alfacinha disse...

O seu talento tem de guardar cuidadamente nas suas mãos