domingo, junho 8

NOITE...

A grave doença de estar sempre a pensar, porque nasceram dentro de mim, sem que nada tenha feito, as sementes do descontentamento, levou -me a sair do casulo.
A oferta, no meu SPA de eleição, era um espectáculo que embora gostando muito, o local não era o melhor, porque se trata de fado, de Carlos do Carmo, e fado pra mim, tem que ser numa sala, velas, os cheiros da linguiça assada no alcool, caldo verde, e o cheiro do tinto servido nos jarros de barro; assim sim tou em casa.
Desta vez o espectáculo foi na belissima praça da republica em Serpa, razoávelmente composta de um publico misto - os que efectivamente gostam de Carlos do Carmo, fieis, foram acompanhando o espectáculo trauteando as musicas - e os que simplesmente lhes apetecia passear, porque a noite é convidativa.
Daquelas noites de verão, quentes, um céu completamente estrelado, lindo, os sorrisos dos conhecidos que nestes momentos são reconfortantes e eis que chega a surpresa da noite, o grupo coral e etnográfico da Casa do Povo de Serpa cantando com Carlos do Carmo, simplesmente inenarrável, os vozeirões maravilhosos, potentes e sonantes do grupo coral a cantar " Canoa, de vela erguida...."
Emocionante, arrepiante, e muitas outras coisas terminadas em ante, de tal forma que o publico em geral foi unânime nos aplausos.
E eu, voltei para o casulo, muito mais rica de tudo, sobretudo de sentimentos, tão ricos quanto as noites do meu SPA, não saí de lá sem que primeiro pudesse respirar Serpa, do alto da colina chamada " Altinho" onde enchi os pulmões e os olhos, de uma Lua sem igual.

7 comentários:

caminhante disse...

atão e não que foi bom,ficou o gostinho e esperança de voltar a ter um momento como aquele.
beijos moça
não ponho (galinha) o tal do ps ñ quero confusões, mas não te vi lá, tas em falta.

XICA disse...

Mazéu vi-te, a ti maizôtro barrigudo, que por sinal, acabô por me descobrir, mesmo escondidinha, como eu gosto de ficar a ver espectáculos, pa curtir mesmo.

Susete Evaristo disse...

Deixaste-me a chorar e com um ná na garganta assim não vale.

bulgari disse...

Xica! Não deixes germinar a porra das sementes do descontentamento, que as bichas ficam descomandadas, ganham raízes, e depois não te vês livre dela.
Ai! Que inveja, que belo espectáculo deve ter dado o grande Carlos.
Bejos

XICA disse...

Susete, desculpa amiga, o objectivo quando partilhei com vocês o que vi e senti, porque foi bom de mais, era para te deixar muito orgulhosa das tuas raízes.
Porque ali, se faz um trabalho, que eu considero de louvar, aproveitando todas as potencialidades do meio, das pessoas e sobretudo porque os políticos que ali temos, são 5 estrelas, porque abertos de espirito e fomentam o desenvolvimento dessas mesmas potencialidades.
Bora lá animar, que ontem foi dia de Gilberto Gil e hoje é dia de LURA.

XICA disse...

Bulgari, tenho mais é que deixar germinar essas sementes, porque são elas que me movem na procura de novas realidades, são elas que nos permitem mover o mundo - do descontentamento nasce a vontade de mudança - e tal como já referi num post anterior, sem elas como é que o mundo, pula e avança... Eu não quero perder pitada!
Quanto ao espectáculo, foi razoável,algo a que o CC já habituou o seu público, pra mim, o que marcou a diferença, foi o momento final, esse sim mexeu comigo, e foi descrito no post ( mais ou menos).

Susete Evaristo disse...

Na realidade a minha SERPA é desde há 30 anos a esta parte motivo de orgulho para todos os que nela nasceram e para os que a adoptaram como terra mãe, que como tu dizes trabalham e engrandecem em desenvolvimento e cultura. Bem ajam.
Beijos e obrigada pelas noticias que me vais dando.