segunda-feira, março 10

DESPERTAR DE CONSCIÊNCIAS

Mas o que é mesmo a noite, senão uma fábrica de sonhos, sobretudo quando deixamos para tráz os fracassos e as tristezas e passamos a valorizar coisas, que de alguma forma, deixam marcas positivas na nossa vida.
Uma sala semi obscura, um palco semi iluminado, 5 corpos femininos, esguios, semi nus, e a magia acontece. Musica simples, feita de suspiros, movimentos harmoniosos, quentes e ritmados dos corpos em palco; tambores, cabaças, flauta e um acordeão era tudo o que dispunham para nos transportar para vários cantos do mundo, África, Irlanda.....
Deixem vaguear a imaginação, um dia se tiverem oportunidade vejam o espectáculo do grupo " As Tucanas ", enquanto isso não acontece, vagueiem na mesma através do CD, Maria Café, recentemente editado.

Ainda embalada e embriagada pela magia do espectáculo, continuei a deixar-me viajar, desta vez no caminho para casa e já pela mão de Fausto e do novo CD, " 18 canções de amor e mais uma de ressentido protesto"

Só um cheirinho
" ...havia de haver uma festa
em toda a praça iluminada
a perfeição manifesta
o por do sol mais perfeito
a gente toda enfeitada...."

Porque de musica se trata e porque é esta, mais uma forma de arte, dei continuidade à viagem pelo fim de semana, desta vez a paragem foi mesmo em frente à televisão a ver o desastre chamado, Festival da Canção, pouco ou mesmo nada motivada para este espectáculo e sim mais virada para a leitura, de repente, fez-se luz, e acordei quando ouvi a vencedora do referido, na apresentação de si própria, dizer que o livro referência da sua vida, era a antologia poética de Pablo Neruda. Depois da surpresa veio a pergunta, o que fazia ali aquela piquena, com umas referências destas na sua vida.
Mais surpresa fiquei, quando vi que tinha sido a musica que representava, a escolhida pelo publico. A proximidade afectiva é determinante para a forma de olhar, claro que eu a elegi de imediato, mas não esperava, por todas as razões e mais algumas, que o publico fizesse o mesmo.

Muita coisa acontece neste momento neste país, será, que retrocedemos alguns séculos e estamos novamente imbuidos daquele espirito aventureiro, que nos leva a navegar no imenso oceano de que dispomos, ao invés de nos contentarmos com piscinas?
Ou tão simplesmente perante um despertar de conscìências?




1 comentário:

Mazdak disse...

Quero acreditar, que seja mesmo o tal despertar...