quinta-feira, janeiro 15

SOLIDÃO

Associada à surpresa estampada no rosto a estranheza e a pergunta - o que te aconteceu?
Calmo e com um sorriso tranquilo responde a estas e outras perguntas que a curiosidade desmedida e inquieta faz - vou comer o que tu me deres -
Mais que o aconchego da lareira que crepitava, mais que a refeição quente que sabia iria encontrar, mais que o cheirinho do chocolate saído da cafeteira, era o som da voz de alguem de quem se gosta muito, a busca de mimos, do sorriso envolvente, carinhoso e maternal porque as fragilidades são fisicas mas sobretudo psiquicas.
É assim, tão simples a amizade, mitiga-se a fome de afectos, mitiga-se a dolorosa solidão apenas partilhada com as paredes de taipa que a brancura da cal torna ainda mais fria no inverno.

2 comentários:

Susete Evaristo disse...

A mim faz-me falta é essa brancura que ao contrário do que dizes me aquece a alma.
Assim como essa imensidão, essa lonjura, esse espraiar do olhar pelo horizonte, tão diferente daqui onde os olhos só vem as paredes laterais das ruas sujas desta Lisboa, apesar da chuva que cai.

XICA disse...

Entendo-te tão bem amiga, já senti o mesmo em tempos vividos aí, mas tu sabes tão bem quanto eu que a nossa cal branquinha é fresca de verão mas fria de inverno.
Muitos mimos