sábado, novembro 15

OLHANDO


Noutros tempos, outros mares... e a vida bebia-se num fôlego, noite e dia, dia e noite, tudo se baralhava... não se sabia de onde se vinha e muito menos ainda para onde se ia, o mais importante era ir, e ali em qualquer lugar, porque este não era importante, ali algures, estava a felicidade ao alcance das nossas mãos.

Sorrisos de cansaço, mas não desistiamos, nenhum de nós - tá no ir? sempre , porque a amizade chamava e o que era importante para um, era-o para todos.

Nada se dizia, porque ecoaria no vazio, o que contemplavamos era maior, arrepiante, mas ao mesmo tempo desafiava-nos e ali, naquele lugar, ficávamos horas, e noites e dias a olhar e a sentir e a ouvi-lo... suave nos dias de calmaria, a mão que nos acariciava era macia, apenas algumas gotas de vez em quando, como que a despertar-nos daquela dormência e a chamar a atenção sobre ele... o cheiro sentia-se mais forte, naqueles dias de tempestade aconselhava-nos a ficar no aconchego, distantes, porque o braço brandia com força e ele não queria magoar-nos, sabia que aquela agressividade passaria mas naquele momento queria ficar só... até sentir novamente saudades da nossa companhia.

2 comentários:

Susete Evaristo disse...

Recordações amiga? É bom recordar tempos passados, vividos com a magia e o extase da juventude.
Por momentos é como se lá se estivesse a mim acontece-me recorrentemente.

XICA disse...

E tudo surgiu depois de ficar a olhar o mar. É efectivamente, recordações de um tempo não muito distante, quando vivi 2 anos muito perto do mar.