domingo, junho 13

ATÉ SEMPRE CAMARADAS

13 de Junho de 2005
"Nesses dias era sílaba a sílaba que chegavas.

Quem conheça o sul e a sua transparência

também sabe que no verão pelas veredas

da cal a crispação da sombra caminha devagar.

De tanta palavra que disseste algumas

se perdiam, outras duram ainda, são lume

breve arado ceia de pobre roupa remendada.

Habitavas a terra, o comum da terra, e a paixão

era morada e instrumento de alegria.

Esses eras tu: inclinação da água. Na margem

vento areias lábios, tudo ardia."
Eugénio de Andrade

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